Descrição de chapéu Chuvas no Sul Governo aciona PF para investigar e responsabilizar quem divulga fake news sobre tragédia no RS Em áudio vazado, Paulo Pimenta fala em 'botar pra foder com os caras' e 'mandar prender'
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7.mai.2024 às 16h27 Atualizado: 7.mai.2024 às 21h09

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Renato Machado Brasília

O governo do presidente Lula (PT) acionou a PF (Polícia Federal) para investigar e responsabilizar quem divulga notícias falsas relacionadas com a tragédia climática no Rio Grande do Sul.

A informação foi divulgada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, durante reunião com outros ministros na sala de risco montada para coordenar as ações. À noite, o Ministério da Justiça anunciou que pediu à PF a abertura de investigação.

O áudio da abertura da reunião foi divulgado pela Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência). Em uma parte vazada do áudio, o ministro da Secom, Paulo Pimenta, conversa com uma pessoa e fala que é preciso “botar pra foder com os caras” que divulgam notícias falsas.

Ministros do governo Lula realizaram nesta terça-feira (7) a quinta reunião da sala de situação, montada para coordenar ações relacionadas às enchentes no estado.

Durante sua fala, Rui Costa reclamou das fake news e afirmou que o governo acionaria a Polícia Federal, Ministério da Justiça e AGU (Advocacia-Geral da União) para investigar e responsabilizar propagadores de notícias falsas.

“Foi dado o depoimento de um general muito preocupado, que está atrapalhando muito o trabalho operacional a quantidade de fake news e mentiras que estão sendo divulgadas”, afirmou Rui Costa.

“Então eu pedi que o ministro [da Justiça, Ricardo] Lewandowski desse uma entrevista aos veículos da imprensa anunciando que vai pedir à Polícia Federal que abra procedimento e que AGU, junto ao Ministério da Justiça, irá acionar os órgãos competentes para consequente ação judicial e de responsabilização dessas pessoas, porque se trata de um crime absurdo, não apenas moral, de reputação, mas porque estamos falando de vidas humanas”, completou.

Após a reunião, a Casa Civil divulgou uma nota na qual afirma que a Advocacia Geral da União e o Ministério da Justiça vão adotar “em caráter de urgência” as medidas necessárias para impedir que a disseminação de informação falsa comprometa o trabalho de salvar vidas.

Na noite desta terça, o governo divulgou nota em que afirma que Lewandowski pediu à PF a abertura de investigações sobre a divulgação de conteúdos falsos sobre as enchentes no Rio Grande do Sul. “A apuração vai buscar narrativas desinformativas e criminosas vinculadas às enchentes e desastres ambientais ocorridos no Rio Grande do Sul”, diz o texto.

O Ministério da Justiça ainda anota que recebeu da Secom uma lista de postagens que comprovariam a existência de fake news. A pasta também vai acionar, com a AGU, os órgãos competentes para eventuais ações judiciais e de responsabilização dos autores das publicações, segundo o texto.

Ao mesmo tempo em que Rui Costa discursava, o ministro Paulo Pimenta conversava com um interlocutor, e foi esse trecho do diálogo que vazou no áudio divulgado pela Secom.

Pimenta diz: “Tem uma coisa importante para ti no início da reunião. Botar pra foder com eles”. O interlocutor responde: “Prender”. E Pimenta acrescenta: “Mandar prender. Não aguento mais fake news”.

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Na sequência do áudio, em um trecho em que grande parte é inaudível, o interlocutor de Pimenta cita a palavra “bolsonaristas” de maneira mais clara.

Procurado, o ministro Paulo Pimenta afirmou que sua fala representa uma indignação contra uma “indústria de fake news”, que é “alimentada de forma organizada por influenciadores da extrema-direita e parlamentares”.

“Se estamos em uma ‘guerra’ para salvar vidas, quem age como traidor tem que ser tratado como traidor, pois prejudica o trabalhado de resgate e salvamento. As Forças Armadas e as equipes de resgate da Defesa Civil estão exausta de tanta fake news”, disse.

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Paulo Pimenta depois apresentou um ofício ao ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) pedindo que sejam tomadas “providências cabíveis” em relação à apuração de ilícitos ou eventuais crimes relacionados com a disseminação de desinformação.

A representação do ministro ainda apresentava várias postagens feitas na internet, com casos de fake news que buscam, segundo ele, tirar a credibilidade das entidades envolvidas nas ações de enfrentamento às inundações no Rio Grande do Sul.

Um deles, por exemplo, é uma postagem do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que teria apresentado informações falsas sobre veículos e máquinas usados no resgate, para criticar o governo.

Pimenta também cita um vídeo do influenciador Pablo Marçal, que chegou a ser compartilhado por pessoas públicas, como o senador Cleitinho (Republicanos-MG). No vídeo, ele afirma que o governo do Rio Grande do Sul está barrando caminhão com doações por falta de nota fiscal — informação já desmentida.

“Importante destacar que o conteúdo veiculado por Pablo Marçal tem larga escala de alcance e é tomado como verdade, replicado por outras figuras em diferentes plataformas de redes sociais. Entre eles, o Senador Cleitinho Azevedo também tem ativamente compartilhado conteúdo desinformativo em suas plataformas de redes sociais”, afirma Pimenta, no ofício.

Após a publicação da reportagem, Cleitinho afirmou que “não houve ‘fake news'” porque “são inúmeros vídeos e postagens que circulam na internet registrando situações como a denunciada”. O senador foi cobrado a compartilhar as publicações que alega ter visto, mas não respondeu.

“Apenas republiquei o vídeo do Pablo Marçal, a mensagem principal é a sugestão de usar os recursos do fundo partidário para socorrer o Rio Grande do Sul”, disse o parlamentar. “Não houve ‘fake news’, a própria nota da SEFAZ-RS [Secretaria de Fazenda do Rio Grande do Sul] afirma que foi suspensa a fiscalização, ou seja, antes ocorria.”

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